MEIO AMBIENTE POLUIÇÃO

Redução de gases poluentes poderia salvar milhões de vidas

As esperanças para que o Acordo de Paris seja integralmente cumprido são pequenas (Foto: Pexels)

Já sabemos dos benefícios que seriam gerados ao meio ambiente se o mundo reduzisse a liberação de dióxido de carbono na atmosfera. Porém, um novo estudo descobriu que a redução da liberação de carbono em todo o mundo poderia salvar mais de 150 milhões de vidas humanas. A pesquisa, financiada pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, foi publicada no jornal Nature Climate Change.

Segundo a pesquisa, as mortes cairiam em quase todos os continentes, caso fosse reduzida a liberação de gases nocivos na atmosfera o suficiente para limitar o aumento da temperatura global para pouco menos do 1,5 °C, grau estabelecido no Acordo de Paris até o fim do século. No entanto, as esperanças para que o Acordo de Paris seja integralmente cumprido são pequenas.

Os países asiáticos seriam os maiores beneficiados. Na Índia, cerca de 13 milhões de vida seriam salvas. Já em Dhaka, em Bangladesh, ocorreriam 3,6 milhões a menos de mortes. Em Jacarta, na Indonésia, 1,6 milhão de vidas seriam salvas. Em Lagos, na Nigéria, e Cairo, no Egito, – ambos na África – ocorreriam 2 milhões de mortes a menos.

A aplicação do Clean Air Act melhorou a qualidade do ar dos Estados Unidos ao longo dos anos. Mesmo assim, de acordo com o estudo, mais de 330 mil vidas seriam poupadas. “Os americanos realmente não compreendem como a poluição afeta suas vidas”, afirmou o principal autor do estudo e professor de ciências Drew Shindell, da Universidade Duke, em Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

“Você diz: ‘Meu tio foi ao hospital e morreu por um ataque cardíaco’. Você não diz que o ataque cardíaco foi causado pela poluição do ar, então não sabemos. Ainda é um grande assassino aqui. É muito maior do que de pessoas que morrem de acidentes de avião ou guerra ou terrorismo, mas não vemos a ligação com tanta clareza. Nós devíamos estar muito mais preocupados com a poluição do que com as coisas sobre as quais realmente nos preocupamos”, explicou Shindell.

Shindell também chama a atenção para a necessidade de ter médicos envolvidos no debate da emissão de gases na atmosfera, além de políticos, ambientalistas e o setor de combustível fóssil. Isso porque, segundo o pesquisador, não se sabe corretamente como a saúde das pessoas são afetadas pela poluição.

Estudo

Para realizar o estudo, foram feitas simulações através de computadores de futuras emissões de gases poluentes, como o dióxido de carbono, que dificultam a respiração das pessoas. Dessa forma, o objetivo foi chegar a diferentes cenários para analisar os efeitos potencialmente graves.

Focando nas principais cidades, os pesquisadores calcularam os impactos da exposição à poluição na saúde humana em cada cenário do mundo. Para isso, foram usados “modelos epidemiológicos bem estabelecidos com base em décadas de dados de saúde pública sobre mortes relacionadas à poluição atmosférica”, destacou o estudo.The Washington Post

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